domingo, 19 de setembro de 2010

A menina da calçada

Era noite e eu chegava da faculdade, alguns já deviam estar “no quinto sono”.
Ao passar por aquela rua, conhecida pela violência e pela presença dos indesejáveis “craqueiros”, eu percebi que mesmo indesejável, o ser humano pode se render ao sentimento de cuidar de um “igual”.

Ali naquela esquina, só o braço armado do Estado chega...
A vida é suja, e muitas vezes invisível
Alguns meninos com idades entre 12 e 15 anos cuidavam de outra que deve estar na mesma faixa etária
Ela estava coberta por um lençol velho, sujo - deitada em um colchão provavelmente achado no lixo de alguma daquelas famílias moradoras da comunidade que esta logo ali ao lado,
Com direito a um travesseiro provavelmente fétido e algumas mãos que a colocavam na melhor posição, “a mais confortável possível”

Eu simplesmente passei por ali naquele momento, dentro de um ônibus,
Não pude perguntar o que houve, ou saber quem era ela, ou quem eram aquelas crianças

Mas pude perceber que não somos (a espécie humana) tão ruins quanto parecemos
Tudo vai depender do grupo ao qual nos filiamos, ou ao qual fomos incluídos,
Tudo vai depender da situação que estamos vivendo e da forma como chegamos a ela.

Aqueles segundos pareciam horas,
Eu seria capaz de escrever uma historia inteira com a visão que tive naquele momento,

Mas me permiti apenas imaginar o que houve com aquela menina
O que a levou ate ali
O que levou su@s companheir@s a agirem daquela forma com ela

E principalmente, o que nos faz deixar de enxergar cenas como essa
Que passam por nossos olhos todos os dias, em várias partes da cidade maravilhosa,
Mas que em nenhum momento nos faz pensar, o porquê de ser assim

sábado, 18 de setembro de 2010

Aprendi pouco nessa vida
Ainda resta um tempinho que me permite aprender mais
E possível que eu nunca alcance a perfeição
Ou será que ela (a perfeição) não existe?
Será que o tempo vai dizer?
Que convenção foi essa que criou esse remédio tão valioso?
Por onde andei até chegar a essas conclusões...
Às conclusões que me fazem entender uma “porção” de coisas,
Sentimentos, dores, e todo o resto.