Descobri que o Movimento Estudantil, pode fazer diferença, não só nas universidades (públicas e pagas) mas que pode fazer a diferença na luta por uma sociedade diferente. Uma sociedade igualitária, justa.
Passamos recentemente por um momento histórico no Movimento Estudantil do Serviço Social: o 33º Encontro de Estudantes de Serviço Social da região V (Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo) terminou com a eleição de uma nova "equipe" que vai atuar na ENESSO (Executiva Nacional de Estudantes de Serviço Social) que propôs que @s estudantes sejam efetivamente construtor@s de um ME legítimo, que quer um ensino de qualidade e gratuito para tod@s, não só para um pequeno grupo. Porque sim! compas nós somos um pequeno grupo, um pequeno grupo que precisa lutar, e não simplesmente se acomodar em suas posições de estudantes universitários da UFRJ, enquanto a maior parte da população brasileira, ou não tem acesso à Universidade Pública, ou vende sua força de trabalho para poder estudar.
A chapa Metamorfases, que concorreu a ENESSO, e que foi vitoriosa com 85% dos votos das escolas de Serviço Social, na cidade de Vitória-ES, reuniu estudantes dos três estados, de escolas públicas e pagas e que decidiram juntamente com outr@s (pelomenos) 20 estudantes, mostrar que não estão satisfeit@s com a forma que o MESS vinha sendo conduzido.
O que queremos é que o MESS seja efetivamente para @s alun@s, que nossas "pequenas" demandas não sejam deixadas de lado. É claro, que temos consciência de que essas "pequenas demandas" - como o racionamento de papel nos banheiros - é resultado de uma política que vem destruindo aos poucos a universidade...
Por isso nós chamd@s de "INDEPENDENTES" nos reunimos e criamos um novo coletivo, que traz novas idéias, não com o intuito de partir o MESS, mas com a necessidade de somar e colocar as nossas necessidades em destaque, buscando trazer para a luta, companheir@s de "sofrimento", porque amig@s, nós estamos sendo atacados, a universidade não precisa só ser gratuita, precisa ser de qualidade. Essa degradação que vem nos atingindo ou a "precarização" que está posta, só fortalece o discurso do capital, daqueles que querem o lucro...
Por isso o Coletivo @s que virão, se reuniu, e decidiu que vamos lutar pela nossa universidade e por uma sociedade justa, onde tod@s tenhamos acesso,a um ensino gratuito e de qualidade...
Segue abaixo os princípios que vão nortear nossas ações:
1. Autonomia :
Os movimentos sociais devem ser autônomos para que as demandas de seus componentes sejam o foco da luta, não o de qualquer outra organização externa. Somos apartidários (mas não antipartidários), independentes de governos, empresas ou qualquer entidade/organização/coletivo que torne nossas demandas secundárias.
2. Anticapitalismo:
Nossas lutas por igualdade, justiça, fraternidade e liberdade não cabem nesta sociedade capitalista. Assim entendemos que nossos objetivos só serão alcançados com a desconstrução desta sociedade e construção de outra. Entendemos a luta de classes como um fator central e optamos pelos interesses da classe trabalhadora.
3. Somos contrários a toda forma de burocratização:
que limita os espaços do movimento estudantil a pequenos grupos ou organizações ou espaços antidemocráticos.
4. Entendemos como central à luta do movimento estudantil a articulação com outros movimentos sociais para o fortalecimento da luta d@s trabalhador@s.
5. Pluralismo:
queremos um movimento plural com a articulação de várias ideologias com coerência frente a estes princípios e desejem se articular de forma democrática e horizontal.
6. Horizintalidade:
Defendemos um movimento construído por todos e todas, sem coronelismos políticos, através da construção coletiva de novas práticas, cultura e valores consonantes com a construção de uma nova sociedade de tod@s.
7. Construção pela base:
Defendemos que o movimento social precisa ser construído através da das demandas reais d@s estudantes, de baixo para cima, pela base e sem estruturas que distanciem as deliberações do coletivo de estudantes.
8. Democracia direta:
Como forma de tocar nossas lutas, entendemos que é central o planejamento e construção de tod@s através da democracia direta que entende a participação direta do grupo nas deliberações gerais.
9. Um movimento que combata toda forma de opressão:
Porque machismo, misoginia, homo/lesbofobia, racismo, xenofobia, preconceito ou qualquer forma de opressão são avessos ao processo de construção de uma sociedade livre e igualitária.*
Junt@s queremos ser alternativa para construção de um movimento forte, amplo e democrático na luta do Movimento estudantil de Serviço Social! Somos...
"@S QUE VIRÃO..."
Como sei pouco, e sou pouco,
faço o pouco que me cabe
me dando inteiro.
Sabendo que não vou ver
o homem que quero ser.
Já sofri o suficiente
para não enganar a ninguém:
principalmente aos que sofrem
na própria vida, a garra
da opressão, e nem sabem.
Não tenho o sol escondido
no meu bolso de palavras.
Sou simplesmente um homem
para quem já a primeira
e desolada pessoa
do singular - foi deixando,
devagar, sofridamente
de ser, para transformar-se
- muito mais sofridamente -
na primeira e profunda pessoa
do plural.
Não importa que doa: é tempo
de avançar de mão dada
com quem vai no mesmo rumo,
mesmo que longe ainda esteja
de aprender a conjugar
o verbo amar.
É tempo sobretudo
de deixar de ser apenas
a solitária vanguarda
de nós mesmos.
Se trata de ir ao encontro.
( Dura no peito, arde a límpida
verdade dos nossos erros. )
Se trata de abrir o rumo.
Os que virão, serão povo,
e saber serão, lutando.
De Thiago Mello.