Com pele queimada de sol e usando um espanador, que outrora servira de vestimenta, o rapaz de olhos cor de mel, limpa o vidro.
Recebe como cumprimento a gozação do motorista, e mostrando-se gentil devolve um sorriso ainda completo.
Tem uma aparência de pessoa saudável, mas, aquele cruzamento – a “zona do medo” – determina quem é aquele rapaz:
usuário de crack tenta conseguir um trocado para a próxima pedra, depois de conseguir o suficiente para necessidade imediata, atravessa a rua e entra na favela… por fim alivia a dor.
Sem sair do lugar, ele consegue voltar a casa, rever amigos… quem sabe reconhecer a mãe no café-da-manhã.
O efeito passa…
E o ciclo recomeça…
De volta ao cruzamento…
Um comentário:
Gostei, delícia! Faça da palavra um afago pro cotidiano.
Beijos
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